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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Documentos inéditos do caso Isabella


 
Defesa do pai e madrasta da criança tenta anular julgamento na Justiça
Do Domingo Espetacular


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Rede Record
Imagens inéditas mostram machucados em Isabella. Segundo peritos, eles não aconteceram na queda

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Quatro anos após a morte de Isabella Nardoni, documentos e gravações inéditas trazem detalhes da morte da menina que, segundo especialistas, foram essenciais para levar os culpados do crime para a prisão. Em uma das fotos, Isabella aparece com um corte e roxos no corpo. De acordo com Laércio de Oliveira César, médico legista, os ferimentos não são comuns em uma queda como a da menina.


Isabella morreu em 2008 com cinco anos, depois de cair do sexto andar do edifício London, na zona norte de São Paulo. Em março de 2010, o júri condenou o pai da menina, Alexandre Nardoni, de 31 anos, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, de 26 anos, pela morte da menina. O casal foi considerado o responsável por asfixiar a criança e joga-la pela janela do sexto do prédio.

As últimas imagens de Isabella mostram a menina minutos antes de morrer. Ela está em um supermercado na companhia dos dois irmãos, do pai e da madrasta. Aparentemente, não há nada de errado com a família. [Veja o vídeo abaixo]

O casal acusado afirma que uma pessoa teria invadido o apartamento e jogado a menina pela janela. Segundo a polícia, porém, detalhes importantes foram sendo revelados desde o início da investigação. Registros do telefone mostraram que logo depois da queda, com a menina ainda com vida, o casal preferiu telefonar para os pais do que para socorro.

No dia do crime, dezenas de ligações foram feitas para a Polícia Militar e para os Bombeiros. Nenhuma delas, porém, foram feitas pelo pai e madrasta da vítima. A falta de gestos que pudessem salvar a vida de Isabella chamou ainda mais a atenção dos investigadores.

A desconfiança só aumentou quando os investigadores encontraram gotas de sangue no apartamento. Segundo a polícia, já na entrada do apartamento, os agentes encontraram gotas, todas pequenas. Pela distância de uma gota a outra já era possível concluir que a pessoa que estava ferida, da qual estava caindo aquele sangue, estaria provavelmente no colo de uma pessoa adulta. Isso porque a distância de uma gota a outra era de uma passada de uma pessoa adulta. No carro do casal, mais sangue foi encontrado.

O casal foi intimado para participar da reconstituição do crime. Seria a oportunidade deles justamente apresentarem toda a dinâmica do momento em que desceram do carro. Eles haviam afirmado para a polícia que ficaram algum tempo no carro após deixar Isabella no quarto, esperando um outro carro na garagem diminuir o som para subirem para o apartamento. Então, seria a oportunidade que eles teriam pra mostrar a versão deles. O casal, porém, se recusou a comparecer e até falaram que não fariam prova contra eles próprios.

- Até a gente estranhou porque se você tem a oportunidade de mostrar que está falando a verdade...o fato de você participar você não está fazendo prova contra si.

Em 30 dias, a polícia ouviu mais de 60 testemunhas e preparou o inquérito, que aponta o casal como os assassinos da menina.

Julgamento

Nardoni foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão a ser cumpridos em regime fechado. Anna Carolina Jatobá recebeu pena de 26 anos e oito meses de reclusão a ser cumprida inicialmente em regime fechado. Ambos por homicídio doloso triplamente qualificado. A pena dos dois foi acrescida de mais oito meses por crime de fraude processual (alteraram a cena do crime), que eles poderão responder em regime semiaberto.

Agora o advogado do casal tenta na Justiça anular o julgamento. Três recursos estão sendo analisados pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal.

Se Isabella estivesse viva completaria dez anos no mês que vem.

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